terça-feira, 4 de setembro de 2012

Cinzento

Tão certamente em incertezas me deito
como vagarosamente as percorro em sonhos...
Sem querer sentir, alimentei-te!
Sem querer fugir atei-te.
Percorri em rusga,
entre selva e flora adomecida,
pavões que se esplendecem e aves que migram,
águas perdidas nas contas de pedra que já tocaram.
Ousava sentir as nuvens de perto
Percorri.
Agora onde me encontro?
Desencontrado, claro.
Escuro ainda é o que virá,
tão certamente como a mudança certa,
certo como o charco onde apetece saltar.
Errado, é sorte, é o que vier.
E quando o fim,
vulgo aquele momento de vida em que tudo se encontra,
em que tudo se desfila em montra,
onde medidas, tamanho e até preço são indicados,
temperatura, arte de engoma e demais cuidados,
e quando o fim!
E se ele próprio não acaba?
Para longe ele me levava...
sempre...oculto, nada.
Chantagista. Matreiro.
Mesquinho. Sorrateiro.
Mastigar como quem se passeia em nevoeiro,
sem saber ser dele a vez do coveiro.
Porque não acabas, fim.